O Querubim


Apesar de ser representado atualmente na cultura popular como um anjo em forma de criança, um Querubim tem uma simbologia muito mais profunda e reveladora.

Segundo alguns estudiosos, o nome Querubim deriva da palavra assíria Kerub. Os assírios foram um povo muito antigo – viveram entre 1950 a 6000 anos a.C. – e ocuparam parte da Ásia ocidental.

Kerub era o nome de uma criatura semelhante a uma esfinge, daí ser conhecida como a Esfinge assíria de Khorsabad. A estátua que representa essa “divindade” não deixa dúvidas quanto a forma da criatura que deu origem à idéia do Querubim: corpo e patas de boi, tórax de leão, asas de águia e cabeça humana ornada com uma juba de leão. Um ser mítico em nada parecido com as imagens de crianças ou bebês alados flutuando entre as nuvens, o que demonstra que esta idéia mais popular de um Querubim foi construída muito mais tarde, provavelmente na Idade das Trevas ou na Renascença.


Depois dos assírios, os hebreus trouxeram consigo a mensagem simbológica do Querubim, desta vez representado pela palavra Keruv ou Keruvim. Como os hebreus haviam sido escravos naquela região, levaram consigo boa parte da cultura assíria. Este é o motivo pelo qual o Querubim é citado várias vezes no Antigo Testamento – o Tanach – e também em escritos considerados apócrifos e textos judaicos.

Para os hebreus, o Querubim era representado algumas vezes como um boi alado, outras como um ser feito de partes de vários animais, mas sempre a águia, o boi, o leão e o homem. O profeta Ezequiel usa esses símbolos para descrever um Querubim em seus escritos. É interessante notar que esses quatro animais aparecem também no livro do Apocalipse e são citados várias vezes ali, mas sem a indicação direta de se tratar de um Keruv.

Para alguns psicólogos modernos, o Querubim representa cada uma das partes mentais que constituem o ser humano. O boi (que rumina) representa os instintos, o leão (que rosna) representa as emoções, e a águia (símbolo da perspicácia) representa o raciocínio. Juntos, esses animais sintetizam todas as conquistas evolutivas do homem. Assim, nossos instintos, nossas emoções e nosso raciocínio, quando controlados pelo humano, podem nos levar a voos mais altos; a subir psicologicamente e culturalmente. Este seria o motivo de o Querubim ser muitas vezes descrito nos textos antigos como uma carruagem ou elevando pessoas aos céus.

Em Gabriel Querubim e os Meninos Guardiões do Mundo dos Sonhos, o antigo Kerub é a representação de nossa capacidade de controlar nosso mundo mental. Como as crianças têm a função de combater e eliminar os temulentos, as criações mentais patológicas que são criadas por nós no Mundo Real, o símbolo do Querubim foi adotado por esse grupo imenso de crianças para assinalar a responsabilidade de cada um de nós em relação a tudo o que pensamos.

Em uma versão mais moderna da palavra, Gabriel, Amaruro e Kosuke formam uma equipe – entre milhões – de crianças conhecidas como os querubinos, os meninos guardiões do mundo dos sonhos.